Coisas Pessoais
Reencontrando família
Esta semana uma prima minha, que não vejo desde que era pequenininha (já deve fazer pelo menos uns 13 ou 14 anos) resolveu procurar os primos perdidos. A família andava meio espalhada depois que meus avós ficaram velhos e morreram, então foi meio cada um para seu canto (apesar de todo mundo morar perto).
O resultado foi que ela achou minhas irmãs pela internet, e através delas, meu irmão e eu. Agora está todo mundo se falando pelo instant messaging e botando a conversa em dia.
Para tudo que eu quero descer!
Estou atravessando uma daquelas fases… vocês devem ter percebido, pela falta de inspiração aqui no blog.
Fui na terapia na semana passada e ontem voltei para falar com a psiquiatra que receita remédios, porque o Prozac não está resolvendo mais. Ele segura por um tempo quando aumento a dose, mas depois o efeito descamba.
Eu sei que remédio não é a solução, mas como a fonte dos meus problemas é meu emprego, preciso me aguentar por aqui até poder fazer algo com relação à isso.
Estou pesquisando as alternativas e espero não ter que continuar aqui por muito mais tempo, mas até lá… me sinto como o carinha aqui à esquerda.
Falha de comunicação
Lendo as respostas ao meu post anterior, vi que falhei no meu intento… o número de comentários (longos) já está muito grande então resolvi responder em um post separado.
Aparentemente muita gente pensou que eu saí em uma cruzada para mudar o mundo, implantar o vegetarianismo forçado e com isso matar os pobres do mundo de fome e estabelecer uma sociedade onde os animais são tão ou mais importantes do que as pessoas. No processo, fui até acusado de ser um assassino de vegetais e comparado a terroristas vegetarianos… né Spacey? ;-P
Descobri também, em uma constatação que pessoalmente me desapontou, que vários dos meus amigos acham permissível impingir sofrimento e agonia à vontade em qualquer outro ser vivo, desde que seja para poupar qualquer ser humano. Argumentos usados para justificar esse “direito” variam entre “estarmos no topo da cadeia alimentar” ou “preservação da nossa espécie” (como se uma população de 6.5 bilhões estivesse em qualquer perigo de extinção). 😐
De qualquer forma, minha idéia era colher opiniões sobre o que uma pessoa deve fazer quando encontra um problema ético desses. O assunto extrapolou completamente o tópico, apesar de eu ter recebido algumas respostas relevantes (acho que todas elas “positivas”).
Gente, eu não sou mané (acho). Eu sei que o mundo não vai mudar de um dia para o outro. As soluções para o problema da fome mundial estão além do escopo deste blog, embora eu pessoalmente ache que elas existam — mas não são implementadas pela nossa própria resistência e mentalidade tacanha. E mesmo se fossem, qualquer mudança nessa escala é gradual.
É importante que vocês entendam que eu não sou contra usar outros seres vivos como fontes de alimentação (eu teria que estar completamente fora da realidade para achar isso). Sou contra a absoluta falta de compaixão com que esses animais são tratados, em nome de custos mais baratos. Isso é uma atitude desumana. Eu entendo que encarecer os custos faria gente comer menos (apesar de que milhares já morrem de fome hoje em dia de qualquer maneira, com ou sem custos baixos), mas eu ainda acho que uma mudança é necessária, ainda que gradual.
Eu acredito que o ser humano hoje em dia tem a capacidade de extrapolar as fontes de nutrição das quais ele depende para não precisar manter extensas populações animais cativas em condições “sub-animalescas”, além de produzir muito mais alimento para todos.
A agricultura tem condições de produzir alimentos suficientes para todo mundo de maneira muito mais eficiente que a criação de animais, que afinal depende da sua própria agricultura para ser alimentada… vocês não acham que eles comem só capim, acham? Some-se a redução da dependência de fontes animais como comida, liberando vastas áreas hoje dedicadas às pastagens e produção de alimento para rebanhos, às culturas transgências altamente produtivas que estão sendo criadas e tem-se comida para caramba.
Esses dois fatores combinados (a capacidade de perceber os efeitos das suas ações e a capacidade tecnológica para mudá-las) se transformam em responsabilidade. Quando você faz algo de errado, sabe que está fazendo e tem condições de mudar para deixar de fazer aquilo, é sua obrigação como ser humano fazê-lo.
Mas, qualquer que seja a minha posição com relação ao que acontece mundialmente, eu estava perguntando sobre a minha posição pessoal. E conversando com a Lydia, acho que chegamos a uma conclusão razoável:
1) Vamos parar de comer qualquer tipo de carne, incluindo aí os frutos do mar.
2) Vamos parar consumir leite, ovos e queijos que usem rennet em casa.
3) Vamos parar de comprar outros produtos de origem animal como cintos e sapatos de couro.
4) Em nome da sociabilidade, a gente afrouxará um pouco as regras alimentares quando for passear ou visitar amigos. Senão não daria nem para comer uma pizza.
É pouco, menos do que a gente gostaria, mas basicamente é o limite do praticável na nossa atual conjuntura. Se um dia formos morar numa fazenda, poderemos pensar em ter nossas galinhas, vaquinha, sei lá. Mas por enquanto é o que a gente pode fazer para conciliar nossa consciência e nossa vida na sociedade moderna.
Espero que eu tenha sido um pouco mais claro desta vez.
Onde a gente para?
Como vocês sabem, eu e a Lydia somos vegetarianos. Não daqueles vegetarianos ferrenhos, pois comemos ovos, laticíneos, até algum fruto do mar uma vez por outra (normalmente quando vamos a restaurantes, pois em casa é raro).
As razões pelas quais não comemos carne se modificaram com o passar do tempo. O que começou (no meu caso) como uma opção de dieta mais saudável, hoje em dia é uma opção ética.
Explicando: eu acho que hoje em dia a gente não precisaria e não deveria depender de animais, por várias razões. Mas a maior delas é que a carne, leite, queijo e ovos que comemos e o couro, as peles que vestimos e calçamos e até a comida que damos aos nossos bichos de estimação são obtidos através de animais que sofrem uma existência horrível, imposta por nós mesmos exatamente para a obtenção desses produtos. Já falei disso antes neste blog (sobre peles e sobre comida para gatos).
O problema é que isso, para mim, está se tornando cada vez mais difícil de aceitar. Quando esses animais são tratados assim, assim, assim, assim, assim ou assim, não dá para ignorar e manter minha consciência limpa ao mesmo tempo.
Eu não tenho problema nenhum com alguém que, por exemplo, come os ovos das suas próprias galinhas que são criadas soltas no fundo de casa (como meu sensei de aikidô faz). Ou de alguém que tem uma cabrita no quintal que dá leite para o filhote e sobra para a casa. Esses animais levam vidas relativamente normais, não são sujeitos à crueldade que seus semelhantes sofrem nas criações de grande porte.
Ultimamente, tenho pensado muito no que fazer. Até onde a gente tem que ir? Larga-se toda e qualquer tipo de produto de origem animal, desde comida até artigos de vestuário?
Ou então olha-se para o outro lado e finge que não sabe o que acontece? Neste caso, para quê continuar a não comer carne, já que se está hipocritamente ignorando outros produtos obtidos de forma igualmente cruel, só porque são mais inconvenientes de abandonar?
Isso é uma “ladeira escorregadia”, como dizem por aqui. Se eu for me importar com a crueldade (que considero desnecessária) aos animais, teria que parar de comprar sapatos ou cintos de couro, deixar de comer laticínios (até os queijos usam rennet, extraído do estômago de novilhos), deixar de comer qualquer tipo de carne incluíndo peixe… e por que parar por aí? Não deveríamos também levar o raciocínio adiante para os humanos e, por exemplo, parar de comprar produtos feitos na Ásia por causa da exploração absurda da mão-de-obra que eles fazem por lá?
Não dá para levar o conceito do que é um comportamente ético somente até parte do caminho, isso seria hipocrisia. O que fazer então, ir até o final lógico (o que provavelmente me forçaria a morar no meio do mato, plantar e criar minha própria comida de acordo com meus princípios) ou abandonar minha ética e me juntar à massa que pouco se importa? Ou tento justificar isso com o fácil “não tem jeito mesmo”?
Alguém me ajude!
Serviço de utilidade pública
O que você deve fazer se encontrar um ateísta?
Se você encontrar um ateísta na sua vizinhança, CONTE IMEDIATAMENTE AOS SEUS PAIS OU AO SEU PASTOR!
Você pode sentir vontade de tentar pregar a palavra de Deus para essas pobres almas perdidas. Entretanto, EVITE FALAR COM ELES!
Ateístas são normalmente muito ranzinzas e amargurados e irão agredir crianças, ou mesmo tentar enganar você e fazer você renegar a palavra do Senhor.
São necessárias técnicas avançadas de pregação para esses resmungões. Deixe os adultos lidarem com eles.
Este foi mais um serviço de utilidade pública para a proteção das nossas crianças.
P.S.: a imagem acima na verdade é uma animação em Flash… pode-se clicar em vários pontos dela, experimentem.
Depois de um dia de cão…
Mais gente anormal
Esta semana começou uma recepcionista nova aqui no escritório.
Batendo papo com ela, acabei descobrindo que ela é “childfree”… nem ela nem o marido querem ter filhos, gostam da vida deles do jeito que é, não querem modificar o relacionamento deles, etc, tudo o que vocês já devem ter lido aqui no meu blog.
O interessante é que ela não sabia o que era “childfree” (veja o final deste post), nem que existiam outras pessoas como eles por aí. Achava que eles deviam ser o único casal que não queria ter filhos. Mais ou menos como eu antes de descobrir que montes de pessoas compartilham da minha linha de raciocínio.
O marido dela é professor de kung-fu nos finais de semana, eles praticam escalada, gostam de passear e viajar. Bem o tipo de gente que nós precisávamos encontrar por aqui. Vamos ver se rola alguma coisa.
Definindo “childfree”: o termo pelo qual o pessoal daqui costuma designar pessoas que não tem crianças é “childless“. Porém essa grafia implica na “falta” de alguma coisa por subtração ou diminuição, o que no caso do pessoal que escolheu não ter filhos por vontade própria não é verdade. Daí o termo “childfree“, implicando uma ausência sem ter a conotação de se estar perdendo nada.
Não teve festa hoje não
A gente não quis fazer nada este ano para os nossos aniversários… normalmente a gente faz uma festa, mas desta vez não estávamos à fim.
Fomos então passear aqui em Doylestown. Andamos pela cidade um pouco, compramos uns livros no sebo, jantamos num restaurante tailandês e depois fomos ao cinema assistir “Terminator 3“.
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