Monstros de armário e outras aberrações

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O Rique comentou num post no blog dele que queria um micro melhor para poder jogar "Doom 3", a reincarnação daquele jogo revolucionário de 1993.

Pois então. Estou jogando o "Doom 3", mas para falar a verdade estou bastante decepcionado.

O jogo não requer um micro super poderoso, apenas uma placa de vídeo relativamente nova e muita memória RAM. Meu micro cumpre o primeiro requisito mas falha no segundo, então não posso aproveitar o máximo que o jogo oferece em termos de qualidade de imagem. Mas, mesmo assim, os gráficos e o som são de babar.

Mas mesmo com toda essa evolução técnica, o jogo é basicamente o mesmo de 10 anos atrás, só em uma embalagem diferente. Tem um pouco mais de história, mas o "gameplay" é basicamente o mesmo. Você anda pelo cenário, mata tudo o que se mexe na sua frente e é atacado por todos os lados por uma horda de monstros que, apesar de terem organizado uma invasão à Terra, não parecem ter um QI coletivo de mais de 2 dígitos.

Mas o que matou o jogo para mim é a sensação que tenho ao jogar, que é a mesma de andar no trem-fantasma do parque de diversões.

Você vai andando pelos corredores, quando de repente as luzes se apagam ou mudam de cor, alçapões se abrem no teto ou portas se abrem nas paredes e monstros saem pulando em cima de você. E não estou exagerando não, é assim mesmo. Os monstros ficam dentro de armários ou quartinhos secretos de 1 metro por 1 metro de tamanho, com as portas fechadas, esperando você passar por ali na frente para eles sairem e atacarem.

Não foi feita a menor tentativa de se dar um propósito para as criaturas. Elas não estão patrulhando, não estão procurando comida, não estão investigando os equipamentos da base humana que acabaram de conquistar, não estão batendo papo na cozinha. Todas elas estão simplesmente se escondendo atrás de caixas e pilares, dentro de armários ou buracos nas paredes, debaixo de mesas, etc, apenas esperando alguém passar para elas poderem dar o bote. Você não consegue nem pegar ninguém de surpresa, porque eles sempre estão ali esperando por você. Simplesmente ridículo.

Acho que tenho que parar de perder tempo com esse jogo e arrumar uma cópia da expansão para o "Call of Duty", isso sim. Isso sim é que é jogo! :-)

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5 Comments

ROBERTA said:

Poxa, os monstros se escondem no armário só pra te pegar e vc ainda fala que eles têm QI de 2 dígitos? Sacanagem!

Mauro said:

É um QI coletivo, Roberta... de todos os monstros somados. :-)

Caio said:

Concordo em gênero, número e grau, Mauro. É um jogo belíssimo, muito bem realizado na parte técnica, mas que fica devendo na parte de história ou mesmo na de sentido. Não que o adolescente de 13-17 anos em quem mira a desenvolvedora se importe com essas minúcias, típica preocupação de quem identifica citações de G.Orwell em Star Trek :-) ...

Quanto ao Call of Duty, cuja versão original terminei (no modo mais difícil) no mês passado, é realmente um jogo estupendo. A campanha russa é provavelmente a melhor sequencia de missões que eu já vi num FPS - e olha que eu já joguei muitos... A cena do desembarque do Volga em Stalingrado, repetindo nos mínimos detalhes a encenação do Enemy at the Gates, deixou no chinelo o desembarque na Normandia do Medal of Honor. A missão de conquista e defesa do prédio em Stalingrado, que obriga o jogador a aproveitar cada possibilidade de defesa que aquele prédio oferece, é a mais difícil e a mais perfeita missão que vi até hoje num FPS. Valeu cada segundo das várias horas que levei para terminá-la... E a missão final, da tomada de Berlim, embora seja muito curta e fácil de se completar, especialmente depois de se entrar no Reichstag, vale pelo crescente da trilha sonora, misto de triunfo e sacrifício (que bem representa o que foi a guerra, especialmente para os russos).

Vejamos o que nos reserva a expansão!

Abraços!

Rebeca said:

Eu fiquei no primeiro e nem soube do segundo. Vi o trailer deste terceiro e gostei dos graficos, porem muita violencia para meu gosto.

Andrew said:

Falando em jogo que tem AI. Estou jogando o FarCry. Na dificuldade que estou ainda não é estupendo, mas fica bem realista. Afinal quando um colega morre de uma arma silenciada o resto faz busca de perímetro e chama ajuda se der tempo e for necessário. Ah, é, os gráficos são bons também!

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