Muito bem, chegou a hora de eu falar de coisas delicadas… pessoas sensíveis por favor saiam da sala.

Segunda-feira à tarde vou ao médico para ele fazer uma vasectomia em mim.

A nossa decisão de nunca ter filhos foi bem discutida, bem avaliada e uma vez aceita, a gente decidiu tomar as precauções necessárias para que não tenhamos que voltar atrás por um descuido ou acidente. Anticoncepcional não faz bem para a Lydia, usar camisinha pelo resto da vida não é uma boa e laqueadura de trompas é uma cirurgia muito mais invasiva do que a vasectomia. Portanto a responsabilidade ficou por minha conta.

Assustado pela palavra “nunca”, acima? Quem tem mais contato comigo sabe que eu sou muito racional e costumo refletir antes de fazer as coisas. Tanto eu quanto a Lydia somos adultos, responsáveis e a esta altura da vida plenamente capazes de tomar decisões que nos afetam a longo prazo e viver com elas.

Meu relacionamento com a Lydia é forte e completo, não necessitando de uma criança para fazer a gente se sentir “uma família”. Não queremos ser “o papai e a mamãe” ao invés do “Mauro e a Lydia”, não queremos perder a nossa identidade como um casal dedicado um ao outro, não queremos perder a nossa liberdade e espontaneidade, não queremos lidar com todo o stress físico, emocional e financeiro que crianças trazem. Além disso eu particularmente apóio a idéia (utópica, eu sei) do “Movimento pela Extinção Voluntária da Raça Humana“.

Os possíveis mas bastante incertos benefícios de se ter filhos não compensam o que perderíamos, portanto já planejamos a nossa vida a dois e estamos felizes com a escolha.

Os comentários de vocês (a favor ou contra) são muito bem vindos, mas já fiquem avisados que a decisão é final e imutável… portanto, tentar me fazer mudar de idéia é perda de tempo. 😉

Mais detalhes sobre este assunto na segunda-feira, depois que eu voltar do médico.