Depois eu é que sou egoísta
Mais controvérsia…
Sábado morreram duas gêmeas siamesas que nasceram na quarta-feira passada. Viveram 4 dias. As duas meninas tinham cada uma a sua cabeça própria, mas dividiam praticamente todo o resto do corpo. Imagine um nenê de duas cabeças e é basicamente isso.
Os pais, um casal de adolescentes de 19 e 18 anos, foi informado que os gêmeos eram interligados com 3 meses de gravidez. Também foram informados que os gêmeos não sobreviveriam mais que alguns dias.
A decisão do casal, então, foi de continuar com a gravidez de qualquer jeito, ter as nenês e passar quantos dias com elas as meninas sobrevivessem. Colocaram tudo nas mãos do deus deles (são cristãos), inclusive organizando grupos de orações, novenas, e sei lá mais o quê.
A história toda, à partir de um pouco antes do nascimento, está nos links abaixo.
Antes do nascimento
Nascem as gêmeas
Após o nascimento
Gêmeas morrem após 4 dias
Depois que as meninas morreram, após dias entre a vida e a morte e enfrentando dificuldades para respirar, a família está dizendo que isso foi um milagre, que estão usando isso como uma maneira de pregar a palavra do deus cristão. Ou seja, as meninas nasceram com defeito e morreram, como previsto, poucos dias depois, e isso é um milagre.
Fé demais à parte, sou eu o único que lê sobre isso e se revolta com o egoísmo da família e dos pais?
Pensem bem: sabendo que as gêmeas iam morrer logo depois do nascimento por complicações decorrentes da condição dela, mesmo assim optaram por passar por toda a gravidez só para verem a carinha delas, e passar algumas horas com elas antes que elas morressem, possivelmente sofrendo cada minuto?
Além disso, aparentemente não se importaram com as despesas que podem facilmente chegar às centenas de milhares de dólares entre cuidados pré-natais, parto e tratamento no hospital. Isso quem paga boa parte, pelo menos, é o convênio médico, que é financiado por todo mundo. Ou seja, é aceitável jogar essa despesa incrível nas costas dos outros, mesmo sabendo que vai ser para nada e que convênio médico aqui nos EUA já é super-caro e muitos milhares de pessoas não podem arcar com a despesa para tê-lo?
Depois eu é que sou acusado de ser egoísta por não querer ter filhos? E os pais que, a despeito de saberem que os filhos vão nascer com problemas e morrerem logo, decidem mesmo assim tê-los e fazer as crianças passarem por sabe-se lá quanto sofrimento, só porque os pais querem passar umas horas com eles?
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Eu sou a pessoa errada para falar qq coisa Mauro… quando os vets me falaram que a minha gatinha não sobreviveria ao câncer eu tinha 2 opções:
1 – Mandar terminarem a cirurgia, levar para casa para ficar com ela mais uma semana, se tudo isso. OU…
2 – Mandar sacrificar.
Juro, na hora deu muita vontade de mandar encerrarem a cirurgia dela para que eu voltasse com ela para casa e ficasse com ela mais alguns minutos que fossem… eu a amava demais, demais, demais… e só um pouquinho de tempo com ela a mais já seria uma eternidade mas eu sabia que ela iria sofrer muito, voltar de uma anestesia, com a dor da cirurgia, com a dor do câncer, sem comer… não achei justo… não era assim que eu queria que ela morresse… mandei sacrificar… Foi a ordem mais dolorosa que eu já tive que dar em toda a minha vida mas eu não fiz com que ela sofresse mais ainda só para ficar um pouquinho comigo…
Bom, Érica, mas veja bem, a gatinha já estava lá com você… esses nenês não tinham nem nascido, tinham 3 meses na barriga quando os pais ficaram sabendo do problema. E você ainda assim fez a melhor coisa, que era não deixar a gatinha ficar sofrendo de bobeira só para satisfazer a SUA vontade de ficar com ela mais uns dias.
Eu espero que se um dia algo semelhante acontecer comigo e eu ficar na situação da sua gatinha, a Lydia mande desligar tudo e me deixe morrer mesmo. Não acho justo com ninguém, especialmente com a parte que não pode fazer nada por estar em coma, serem nenês ou serem animais.
Putz… detesto uma briga.
Mas vamos lá. Minha posição é:
Eu acho que as gêmeas tinham o direito a nascer e eventualmente morrer, mesmo que fosse uma existência sofrida. Eu, se fosse a mãe em questão, provavelmente iria querer que elas nascessem por esse motivo e não “para ver a carinha delas”.
Como eu sei que isso aqui vai longe e vai ferver eu vou parar por aqui. Eu retorno pra responder os comentários gerados. hehe.
Beijão Mauro e Lydia.
Helô, pode explicar direito o que esse “direito a nascer e eventualmente morrer, mesmo que fosse uma existência sofrida” é? 😐
Sobre as brigas… vocês preferem um blog água-com-açucar? 😛
Quis dizer que acredito que todos tenham direito a viver, mesmo que seja por um breve momento e que esse momento seja sofrido.
Tenho um caso. Minha tia teve um filho com deficiência mental e várias físicas, daquelas doenças gravíssimas em que os filhos dependem de alguém para tudo. Quando esse meu primo nasceu os médicos disseram que não valeria a pena manter ele vivo pois morreria logo. Meus tios insistiram e pagaram para que ele recebesse todo tratamento possível. Depois de alguns meses ele foi para casa e não deram mais que 1 ano de vida de estimativa para ele, mesmo sabendo de casos em que pessoas com a mesma condição (não lembro o nome da “doença” dele)viveram até os 9 anos de idade. No fim das contas ele viveu até os 14. Morreu em casa, nos braços dos pais, que não se arrependeram em nenhum momento de ter lutado pela vida do filho. Eu acredito que os pais das gêmes em questão pensaram da mesma maneira, que de alguma forma eles conseguiriam salvar as filhas. E se elas tivessesm vivido 1 dia, 1 ano ou 100 anos, teria valido a pena.
Essa é a minha opinião.
Desculpem pelos typos. 😉
Mauro, vc sabe que eu acredito em coisas mais absurdas ainda, como reencarnacao, e carma, essas “baboseiras”. Eu acredito que nao podemos julgar ninguem, seja porque aceitou ou nao ter as criancas. Acredito sim que pode ser que as meninas vieram de uma forma ou de outra cumprir alguma coisa. Assim comos se os pais tivessem escolhido terem abortado, talvez, sob outro ponto de vista – segundo o que eu creio – so faria as meninas terem que tentar reencarnar novamente para cumprir o que precisavam aprender, mesmo que fosse so em 4 dias e dividindo o mesmo corpo OU simplesmente faze-los ter coragem de tomar essa decisao ( que ca entre nos, nao eh facil ) . EH dificil alguem que nao cre nessas coisas entender como tanta coisa desse tipo pode acontecer e comecar a falar “se o ‘seu deus’ eh tao bom porque deixa essas coisas acontecerem ??” Mas quando se acredita nessas “baboseiras” , sempre se acha uma explicacao pra mais negativas e egoistas das situacoes. Mesmo que essa seja uma saida facil e comoda para o nosso ego e consciencia.
Assim como pra vc esses dois pais sao egoistas; pra eles; voce que nao quer ter filhos que eh o vilao da historia.
Sao dois lados da mesma moeda. E como eu disse uma vez, cada um entende como quiser, e esse eh o MEU ponto de vista.
Nao acho que nem voce, nem os pais das garotas estao errados.
Cada um so procura uma vida com menos sofrimento do jeito que entende e consegue…. 😛 Capici?
Mauro, eu acho que esta errado quem te chama de egoista. Mas tambem nao acho egoismo querer ver os filhos nascerem.
Fica dificil, para mim, ao menos, classificar tal atidude como egoismo soh porque vai de encontro aos meus valores.
Eh _muito_ provavel que minha opcao fosse nao ter a crianca, assim como voce. Porem quem quer que decida o contrario provavelmente tem argumentos impossiveis de serem refutados se levarmos em consideracao suas crencas religiosas.
Fica dificil dizer que a pessoa esta _errada_, quando esta pessoa realmente _acredita_ no que diz.
Eh complicado…
Grande abraco!
Andre
Mauro
Você nem me conhece, leio seu blog de vez em quando. Mas, numa boa, acho que não vou ler mais.
Você não tem o direito de bombardear uma pessoa numa situação tão difícil.
O que você está fazendo é cruel. O fato de você não querer ter filhos não deve fazer de você uma pessoa insensível. Eu também não quero crianças, mal sei cuidar de mim, mas não diminuo a importância disso pra outras pessoas.
Aborto, mesmo em condições adversas, pra muitas pessoas é INCONCEBÍVEL e nós todos precisamos respeitar isso. Assim como espero ser respeitada na minha decisão de ser uma pessoa “childfree”.
Bom, tenho a mesma opinião do Mauro, quando lidamos com assuntos como esse a ética depende dos nossos valores, inclusive os religiosos (esses impossíveis de serem contestados por quem crê). Se fosse comigo acharia pura crueldade manter os bebês durante a gestação sabendo que não vingariam e sofreriam muito no seu curto período de vida. Existem doenças congênitas e genéticas que permitem a sobrevivência do feto, mesmo com limitações, ter um filho assim pode ser um fardo ou um grande motivo de orgulho se essa criança consegue superar suas limitações, mas há casos em que a sobrevida é impossível, e nesses casos levar a gestação a cabo pode gerar sofrimento não só ao bebê, mas a todos que os esperam com grande espectativa apesar de saber que não havia nenhuma esperança .
Podem me chamar de insensível se quizerem…eu não sou.
Acho que so estando mesmo na situacao pra saber qual decisao eu tomaria. Estando fora da situacao, acho que esse lance de religiao complica muito as coisas muitas vezes, mas nao vem ao caso falar do assunto (cada um com sua religiao!). Eu acho (veja bem: acho) que teria interrompido a gravidez… nao sei… vai saber…
Beijos
Hummm, o bicho ta pegando nesse blog!!!! Uhu, polemica! A minha opiniao…vamos la…
Eu fui criada na mesma igreja desse casal! Imagine voce hem! Hoje em dia eu nao frequento igreja nenhuma, isso desde adolescente. La uma vez ou outra, se sinto vontade ate entro numa igreja, que nao precisa ser necessariamente aquela na qual cresci (Metodista). Voce disse ” o Deus deles”. Voce e ateu ne? Nada contra. Cada um com o seu cada um. Assim como os ateus nao devem meter o pau nos religiosos, os religiosos nao deviam meter o pau nos ateus, pois cada um que saiba de si. Independente de ser cristao ou nao, Deus pra mim e um so. Eu vou pela ordem natural das coisas. Nos tempos de vovo pequena, nao havia a tecnologia. Nenem defeituoso so iria ser visto depois do nascimento. Ultrassonografia e Raios X, ahahaha! E ruim hem! Cesariana? Eu definitivamente, estaria morta naquela epoca, simplesmente, porque eu nao tive dilatacao para o Erik passar. Se nao fosse a tecnologia, ja nao estaria nesse mundo. Deus deu a sabedoria para o homem e o livre arbitrio. E uma coisa que eu admiro no cristianismo e acho ate que muitas outras religioes prega a mesma coisa e: Nao julgaras. Do mesmo modo, se prega o: NAO MATARAS. e veja, pessoas que crescem dentro de uma doutrina e acreditam nela e cultivam aquela fe, nao e facil se livrar dela. E questao cultural, nao e mole nao. Eu tenho grandes conflitos comigo mesmo, por causa disso.
Nao to dizendo que nao abortaria caso soubesse da situacao da crianca. Mas posso lhe dizer, ja que estou gravida, que so o fato de se cogitar um aborto, nossa, nao gosto nem de pensar. Eu nao sei se meu filho e saudavel ou nao. Mas tambem nao acho egoismo, querer passar 4 dias com um filho. Poder toca-lo ama-lo. Crianca tem sentimento. Pode ter um dia de vida, pode estar ainda na barriga da mae. Eles sentem sim. Eu nao condendo essa familia. As siamesas foram amadas pelos seus. Essas gemeas nao viveram apenas quatro dias. Elas viveram 9 meses e 4 dias!!! Uma vitoria sim! Um milagre sim! Milagre da vida. A vida pra mim, comeca desde a concepcao. Esse papo de que o feto antes dos 3 meses nao e nada, e muito primitivo. Eu tenho uma vida dentro do meu utero e ja e amado e querido.
A vida e uma coisa muito seria pra mim e interromper uma vida, nao e uma coisa simples nao…
Comecei um outro post com o que seria o meu comentário aqui, mas só uns pitacos…
Zilá, eu falo “o deus deles” ou “o deus cristão”, porque tenho que distinguir né? Se falo só “Deus”, como vocês sabem a que deus estou me referindo? Jeová, Krishna, Zeus, Alá, Azathoth, Bast, Gork, etc… tem tanto deus por aí que existe até enciclopédia cheia deles.
Lelei, o fato de eu ser ateu não significa que considero religiões simplesmente “baboseira”. Eu fico irado é quando vejo o que se faz ou deixa de fazer se apoiando nelas como desculpa, justificativa ou jeito de expiar a consciência culpada.
Estou com a lelei – acredito em carma. Por isso, nem vou meter o pau em ninguém aqui, re re!
Simplificando a minha opinião sobre o assunto (não que ela seja mais complicada que o que vem a seguir de qualquer forma): São valores diferentes, culturas diferentes, situações diferentes. Assim como ninguém tem o direito de achar a opção de um casal de não ter filhos certa ou errada, não dá para entender o porque do casal decidir continuar com a gravidez, a não ser que você (você generalizado, não você-você) tenha o mesmo conjunto de valores que eles.
Aliás, mudando um pouco de assunto, por que esse povo invoca tanto com sua decisão de não ter filhos? É sério que vocês recebem muitas críticas a esse respeito? Putz, que coisa mais chata. Quem acha a sua decisão imoral devia é ficar contente, afinal vocês não estarão passando essa “imoralidade” para ninguém, não é mesmo? Se cada um cuidasse um pouco menos da vida dos outros, teríamos muito menos estresse nesse mundo…
Hmmm… Posso meter minha colher nessa panela?
Bom, Mauro, eu a princípio estou de acordo com a Lelei e a Adriana, assim como concordo com a Zilá.
Apesar de não ser metodista, talvez venha a partir de agora a ser malhada pois muitos consideram a minha religião a pior do mundo (católica), eu sou contra o aborto. Calma, eu sou contra sim, exceto em casos como o desses bebês (assim como em casos de bebes com falhas de órgãoa, acefalia, etc…), estupros e nos casos em que a vida da mãe e da criança correm risco.
Esse tema é muito complexo e polêmico. Ao mesmo tempo em que existem esses tipos de caso, nos quais o aborto (na minha humilde opinião) seria justificável, eu sou contra aqueles que descobrem que o bebê vai ter algum tipo de deficiência mental ou física e resolvem cessar a gravidez. Nesses casos eu sou contra mesmo. Existem mil maneiras de se superar deficiências e de se cuidar de pessoas portadoras de deficiência.
Bom, explicada essa parte, acho que agora posso ir adiante.
No meu caso, eu perdi um bebezinho que ainda estava se formando dentro mim, portanto nunca terei a imagem de seu rostinho, um nome, uma foto para lembrar. Isso dói muito.
Talvez se eu estivesse na mesma situação que este casal, dependendo das circunstancias, eu viesse até a cogitar o aborto (mesmo sendo contra o que a minha religião prega), inclusive levando em conta o fato de ser um put@ abalo emocional e também pelas despesas que o parto e pós-parto iriam causar (eu entendo o seu ponto de vista e até concordo com ele). Mas prestem atenção, eu disse cogitar. não disse que eu abortaria!
Porém, e é nessa parte que se encaixam a opinião de Lelei e Adriana, eu acredito que todos vêm ao mundo com uma missão a ser cumprida (entra aí o karma, reencarnação, etc, pois sou católica mas tenho mente aberta, pô!). Além disto, entra aí a opinião da Zilá, eu acredito que fetos tenham sentimentos sim, eles sentem, escutam (está provado que bebês escutam as vozes dos pais, músicas e etc lá de dentro do útero e que também o estado emocional da mãe (principalmente) e o o ambiente familiar que cercam a gestante, influenciam no comportamento do bebê) e tem alma. Sem falar que ela está certa, poxa, o bebê já tem 9 meses de vida, mesmo que dentro do útero, mas estava vivendo lá. Não estava com a vida em nenhum tipo de suspensão ou estado vegetativo, não. (Essa parte até que soou meio sci-fi, né? :P)
Ou seja, no caso dessas siamesas, elas viveram 9 meses e 4 dias, sim, por que não? E isso de certa forma pode ser considerado um milagre. Elas poderiam ter morrido ainda durante a gravidez, certo?
E não é justo pensar que porque seria mais conveniente para os pais e o sistema de saúde, que esta vida deveria ser cessada. Todos têm o direito a vida, mesmo que por alguns minutos (isto é um direito universal, poxa), apesar de eu não ser contra o aborto para este tipo de caso, eu não me imagino interrompendo o ciclo de vida de um filho. Essa é a minha opinião.
Bem, agora parem de malhar o Mauro, ok? 😉
Mesmo que essa seja uma saida facil e comoda para o nosso ego e consciencia. Por isso que eu falei isso… Porque reconheco que as vezes essa eh a saida que encontramos… E o “baboseira” foi pra zoar contigo so… Eu respeito muito a sua posicao, e tenho aprendido muito com ela tambem 😉
Nossa, eu sou mais radical que todo mundo pelo jeito… uma vez eu já achei que estava grávida e cogitar abortar (eu REALMENTE achei que estava grávida) foi uma idéia muito dolorosa, você não se sente bem pensando nessas coisas, tem sim todo aquele lance tem uma coisinha crescendo em você e tudo o mais mas, graças a essa forte experiência é que eu posso dizer que tiraria um bebê se os médicos me dissessem que ele tem alguma anômalia que torna impossível uma vida “normal” ou, que eu julgasse por demais limitante.
Para mim vida é liberdade. Se ter uma criança significa perder a minha e saber que ela JAMAIS vai conhecer a dela eu não vejo como essa pessoa vai poder ser feliz. Na minha opinião é um ato de misericórdia encerrar uma gravidez dessas… eu imagino que os tios da Helô amassem demais, demais mesmo o filho deles mas na minha opinião tudo que eles fizeram foi escolher por 14 anos de sofrimento para ambas as partes e escolher a dor por quem não tem como opinar não me soa justo… Não que o filho deles necessariamente tenha sido infeliz ou, sequer, que essas meninas tenham sido infelizes nos seus 9 meses e 4 dias de vida mas eu acredito que você só pode escolher pelo sofrimento e pelo caminho mais difícil quando só a sua vida está em questão.
So pra se fazer entender…um dos motivos pelos quais eu nao frequento mais a igreja (ha varios), e que eu separo o DEUS da figura humana. Jesus Cristo, Maome, Buda, etc…foram “humanos”, mesmo que digam “nao”, que eram Deus, pra mim, eram de carne e osso. O que e Deus? Nao sei direito, eu acho que algo muito alem de nossa compreensao. Pra mim, esta fora dos nossos limites mentais e se fico pensando nisso, bate ate uma certa chateacao. Dai e que entra a FE das pessoas. Sao aquelas que mesmo que nao veem, acreditam. Acreditam incondicionalmente. E talvez eu nao fosse adiante com uma gravidez assim, porque eu nao tenho a fe, que eu gostaria de ter.
Os judeus nao acreditam na forma humana de Deus. Eles nao acreditam que houve um enviado de Deus e que esse enviado fosse se quer Deus. Nem ai eu nao estou me encaixando. E complicado.
Acabei misturando tudo..
Mas, o fato de voce nao querer ter filhos…nao vejo mal algum. Ninguem e obrigado a procriar.
A Erica falou em liberdade. O fato e, a partir do momento que uma mulher fica gravida ela ja perdeu certa liberdade. Eu que gosto de uma cerveja vez ou outra, nao posso beber agora. E muitas outras coisas a pessoa tem que se abster. Eu nao tenho mais a vida de solteira sem filhos. Eu fazia o que eu queria, agora…e ruim hem! Eu acordava meio dia antigamente,hoje, to de pe as 7 ou 8 horas da manha. Perdi a liberdade. Perdi noites de sono e meu filho e normal. Obvio, que uma crianca com defeito, vai dar muito mais trabalho.
A familia vai perder mesmo muito mais liberdade do que o normal.
Mas eu amo meu menino e nao voltaria atras para nao te-lo. Eu fico muito frustrada as vezes quando nao posso fazer tudo o que eu quero, mas o amor que eu sinto pelo meu filho sara tudo, entende?
Vc está certa Zilá. Do ponto de vista da pessoa que decide ter o filho apesar de ser mais difícil, não é nada diferente da concessão que abrimos quando decidimos casar, ter um filho, ter um bicho de estimação, conviver em sociedade que seja. Realmente passamos a maior parte do tempo vivendo dentro da liberdade possível e não da liberdade total mas, quem decidiu ter o filho ESCOLHEU essa perda de liberdade, quem vai nascer jamais vai ter a chance e isso eu acho injusto demais. Injusto demais.
Existem deficiências e deficiências. Hoje em dia com determinados problemas uma pessoa consegue levar uma vida praticamente normal… mas se a deficiência do meu filho fosse impedir que ele sequer soubesse dizer o que normal significa eu tiraria. Evidentemente que isso é uma questão pessoal mas eu imagino que se a pessoa puder ter sua casa, seu carro ou puder se deslocar sem ajuda de terceiros, executar tarefas rotineiras como cozinhar, limpar a casa, pagar uma conta, ir ao cinema/ shows/ teatros/ exposições/ piqueniques :P, ter amigos, casar, fazer sexo, limpar a própria bunda, tomar banho, etc, etc, etc mesmo que com alguma adaptação, tá tudo certo. Seu filho é mais uma concessão na sua vida ele não deveria se transformar em toda a sua vida. O ciclo natural é os filhos crescerem quererem sair de casa e as mães surtarem psicoticamente, ficarem ligando preocupadas, brigar pq chegou tarde demais, se preocupar pq vc estuda demais, ou de menos, ter medo que vc seja infeliz nas suas escolhas e assim vai.
Sei lá… acho que minha visão do mundo é tão cheia de possibilidades que uma vida com muitas restrições devido a uma condição impossivel de mudar e que não foi uma opção me parece muito, muito triste…
Mauro, concordo com a sua opinião. Totalmente. Sou a favor do aborto, sei que é bem polêmico, e numa situação dessa, mais ainda.
Quanto as pessoas lhe chamarem de egoísta por nao querer ter filhos, acho isso super chato, acho que cada um deveria tomar suas decisoes e escolhas de vida sem serem julgados, pois cada um pensa de uma maneira. O que é egoísmo para uns, é opção de vida para outros, e essa cobrança por filhos é realmente algo chato, pois tê-los não é uma obrigação.