Ontem à noite nós fomos ao K-Mart, devolver umas coisas que compramos mas resolvemos não usar.

Enquanto esperávamos na fila do Atendimento ao Consumidor, pude ouvir o caso de um casal (o cara tinha idade para ser pai da menina, mas sei lá) na nossa frente, que tentava fazer uma devolução também.

A garota estava tentando convencer a funcionária da loja a aceitar a devolução de um livro que dizia ter comprado lá. Até aí, não teria problema, exceto que:

1) Ela disse tinha comprado o livro algumas semanas atrás;
2) Não tinha a nota fiscal;
3) O livro tinha cara de ter sido bem lido;
4) O livro não registrava quando passava pelo scanner do caixa.

Quando a funcionária recusou, a garota quis falar com o gerente. O cara veio, ouviu a mesma ladainha, tentou escanear o livro — também sem resultado — e finalmente acompanhou o casal para ver se havia outro livro igual nas prateleiras.

Não sei o que aconteceu, no final das contas, mas não duvido muito que eles tenham conseguido receber o dinheiro de volta. Dinheiro esse que eu, pessoalmente, não acredito que eles gastaram na loja. Tirando o fato de que o livro nem registrava como sendo vendido pelo K-Mart e aparentar ser usado, os dois tinham a maior cara de pilantra.

Mas isso vou deixar para o público decidir. Se você acha que a garota era uma pilantra à fim de enganar o gerente, ligue para 1-800-PILANTRA. Se não, ligue para 1-800-BARANGA. 😉

É duro ter que ver essa mentalidade. Uma das coisas boas daqui é você poder reclamar numa loja e conseguir uma devolução por algo que não funciona direito ou não cumpre o que promete, por exemplo. Só que quando o pessoal abusa disso, todo mundo sofre.

Por exemplo, o Home Depot, uma rede de lojas de materiais de construção daqui, tinha uma política de devolução extremamente liberal. Eles aceitavam devoluções não interessando quando o item foi comprado, muitas vezes nem precisava da nota fiscal se o item fosse vendido lá.

Só que, depois de ter aturado gente devolvendo coisas usadas depois de anos, ou insistindo que comprou artigos que não são vendidos por eles, essa política foi mudada.

Algumas das histórias que ouvi de funcionários de lá incluem tapetes velhos e sujos que eram devolvidos para serem trocados por um novo, ferramentas que era compradas, usadas para algum serviço e depois devolvidas, até mesmo uma privada velha que uma pessoa arrancou e quis trocar por outra.

Agora no Home Depot você tem 3 meses no máximo para devolver as coisas, necessita de nota fiscal ou só recebe crédito na loja, entre outras restrições.

Nada disso seria necessário, claro, se não fosse o abuso.