O Itiro colocou um post no blog dele que me fez pensar.

Neste último final de semana eu e a Lydia fizemos uma limpeza na papelada arquivada nos últimos anos (contas, extratos, etc). Tinha muita coisa, é espantoso a rapidez com que a papelada se acumula.

Aqui nos EUA, os bancos mandam os cheques que você passou de volta junto com o seu extrato da conta. Inclusive o cheque vale como comprovante do pagamento, se você precisar. Tinhamos cheques guardados desde 1999. Eu fui encarregado de passar tudo pelo picador de papel, e enquanto fazia isso ia olhando os cheques.

No cheque tem um espaço para você preencher com o nome do favorecido, e também um espaço para você escrever o que quiser. Normalmente ali você escreve os números da conta que está pagando, ou um lembrete do que o cheque é (no Brasil a gente costuma escrever nas costas do cheque).

Passando os cheques pela picotadora, fui relembrando a história da gente nos últimos anos, baseado no nome do favorecido e nessas descrições escritas nos cheques. Coisas que nós compramos, pagamentos de viagens que fizemos, despesas do gato com veterinário, aluguel do apartamento onde morávamos antes, tudo foi passando pela minha frente e desaparecendo na picadora…

Me deu um pouquinho de tristeza ao perceber que todos esses detalhes dessa história não iriam mais ficar documentados. Mas tudo bem, porque acho que ninguém além de nós dois mesmo iria se interessar por isso, e acho que a gente se lembra das coisas importantes. E também não dá para ficar guardando uma tonelada de papel em casa.

Mas que relembrar esse pequenos detalhes foi bem legal, isso foi.