Fiquei com vontade de fazer uma resenha de jogo… eu costumava fazer resenhas para um mailing-list do qual fazia parte, mas aqui no blog o máximo que fiz foi descrever brevemente alguns jogos que joguei no ano passado.

Aproveitando o restinho da animação do Boardgame Rodeo, eu estava com vontade de falar sobre um jogo que comprei recentemente, “Betrayal at House on the Hill“.

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No BaHotH, cada um dos jogadores controla um investigador, perambulando pela casa para descobrir a fonte do mal que habita nela. Durante algum ponto do jogo, um dos jogadores desperta esse mal e vira um traidor. À partir desse ponto, ele joga contra todos os outros jogadores. Existem 50 cenários diferentes, com cada um dos lados (o traidor e os heróis) tendo objetivos diferentes à cumprir para ganhar o jogo.

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Os componentes do jogo são quase todos bem feitos. Existem 6 miniaturas de plástico pintadas, cada uma com uma cor dominante (branco, azul, etc). Essas cores correspondem à cor de uma ficha hexagonal, que contém as características de dois personagens, um em cada lado (escolhe-se qual lado vai ser usado antes do jogo), o que eleva o total de personagens disponíveis para serem jogados para 12. Os tiles que formam a mansão são bem feitos, assim como as cartas. Existe uma variedade enorme de marcadores, de formatos diferentes, usados para indicar desde monstros e itens no chão até coisas como qual sala está debaixo do buraco no térreo, ou se o cofre está vazio.

A mansão onde jogo se desenrola é construída à medida que os jogadores passeiam por ela. Começa-se com o corredor de entrada e conforme os jogadores entram pelas portas, são adicionadas as salas, compradas de uma pilha de tiles. Exemplos de tiles (clique para ampliar):

A casa tem dois andares mais o porão, e certos tiles só podem ser colocados em certos níveis da casa. Os símbolos amarelos indicam que quando o tile é colocado em jogo, o jogador deve comprar uma carta do tipo indicado. Algumas salas tem regras especiais, descritas no tile.

Cada jogador, durante a sua vez, pode andar com seu personagem, descobrir novas salas, comprar cartas, jogar dados e fazer um ataque (na segunda parte do jogo).

O início do jogo serve para “criar o clima”. Os investigadores se movem pela mansão, acumulam itens e melhoram ou pioram seus atributos durante encontros com manifestações menores ou os perigos de uma casa caindo aos pedaços. Progressivamente, conforme certas salas chaves são colocadas em jogo, as chances de acontecer algo que desencadeia uma Manifestação aumentam, até a hora em que alguém a desencadeia.

À partir desse momento, começa o desespero.

Os jogadores se dividem em dois grupos: o traidor, que joga sozinho, controla eventuais monstros e se torna imune a certos efeitos da casa, e os heróis, que são o resto dos jogadores. O lugar e a carta que desencadearam a Manifestação são usados para determinar qual dos 50 cenários será utilizado.

O traidor então lê as suas instruções para aquele cenário no livrinho dele, e os heróis fazem a mesma coisa com o outro livro. Cada grupo tem objetivos diferentes para cumprir para ganhar o jogo, e não sabem o que o outro tem que fazer, o que torna as coisas bem mais interessantes. Não vou comentar sobre os cenários que joguei para não estragar para ninguém.

Nessa parte do jogo, os jogadores podem fazer ataques e agora podem morrer.

Esse jogo fez bastante sucesso aqui em casa e provavelmente vai ser bastante jogado. É simples e acessível o suficiente para interessar jogadores ocasionais, e ao mesmo tempo tem bastante “recheio” para agradar aos gamers de plantão. Pelo preço que eu paguei (quando comprei estava com 35% de desconto), foi uma pechincha… comprei deste lugar aqui.

Mais informações, fotos e regras adicionais podem ser encontradas na página do Boardgame Geek. O site oficial do jogo fica aqui. Eles também tem um demo online que dá uma idéia simplificada de como o jogo funciona.